Pai

 Hoje, infelizmente, completa um mês do falecimento do meu pai. Pensamos sempre que temos tempo, mas o tempo um dia acaba. E que as pirâmides façam com o tempo o que tempo faz com os homens. Engraçado como a mente viaja e lembra de certas coisas tão pequenas e ao mesmo tempo tão significantes. Sempre admirei meu pai, por ser meu oposto em muitos aspectos: sua alegria contagiante, seu bom humor (que diga-se de passagem se manteve até o fim), sua extroversão... Mas também tinhamos muito em comum, o gosto por filmes de terror, de ficção, lembro que assistimos certa vez todas temporadas de arquivo x, juntos, todo dia ele chegava e assistíamos 3, ou 4 episódios. Lembro que algumas dessas vezes adormeci no sofá, acordava na minha cama, carregada por ele, ou depois de certa idade, acordava coberta, quentinha. Certos cuidados que valem mais que palavras, que muitas vezes, de fato não foram ditas. Mas a lembrança que mais volta a minha mente foi um dia comum, meu pai indo na farmácia comprar qualquer coisa, dizendo "filha, vamos comigo?", Eu deveria ter meus 7 anos ou menos, e fui, adorava ir com ele nos lugares. Fiquei esperando no carro, ele voltou com o remédio, e um pequeno chocolate do looney toones. Ele disse: "come porque não comprei para os seus irmãos", pra quem não sabe somos 6, então esse gesto me fez sentir a filha preferida, a mais amada. É claro que ele amava todos nós, mas esse momento eu me senti um amor que não saberia descrever em palavras. Pai, rezo por você todos os dias, pra que esteja em comunhão com nosso senhor Jesus Cristo. Obrigada por tudo, por isso, e pelo que eu seria incapaz de escrever nesse pequeno espaço de palavras, mas que eu sei que você sente, assim como eu senti naquele dia, coisas que não precisam de palavras, que não tem preço, não tem volta, mas que vive em mim, assim como sua memória. Eu te amo pra sempre.

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