Summertime

Ah o verão! Me lembro quando era moleque, Rio de Janeiro... ia à praia ver as meninas que no inverno se escondiam em seus uniformes fechados e cafonas. Os dias longos permitiam que brincasse na rua até não poder mais. Nem resistia quando minha mãe chamava, simplesmente entrava. O verão trazia as férias, o calor e as garotas. Era minha estação favorita. Com o tempo, fui crescendo e o mistério se apagando. As garotas de outrora que se exibiam lindas pelas areias de Ipanema agora se exibiam em qualquer esquina. Banalizou. Cresci, casei, mudei pra São Paulo, vivi anos na capital, não aguentei, fui pro litoral. Santos, a cidade grande no litoral.  É frustante como os tempos mudaram, nunca mais vi um garoto em seus dez anos olhando pra biquines alheios. Afinal, é so ligar a TV, mais fácil, cômodo, e as mulheres... vamos admitir, são melhores que aquelas estiradas na areia que você e eu vemos e pensamos que Deus só pode estar de brincadeira. E digo mais, ao invés de estar curtindo a luz natural do dia, esses pivetes estão em frente a TV procurando desenhos imbecis de alienigenas, mostros e gatos malucos. Chega a arder os olhos quando veem a luz do sol batendo na janela. E o pior meus amigos, não é nada do que citei acima. O pior é que esses onanistas bundões nunca vão saber a sensação de estar em paz com o universo. Nunca vão olhar para o mar do jeito que eu olho, e respeitá-lo. Não pense que sou um velho ranzinza. Sou apenas velho. Tá, e ranzinza. Mas não se enganem, eu ainda vou a praia olhar biquines das moças bonitas, ainda brinco com meus netos até o longo dia de verão acabar, e quando tenho tempo, ligo a TV, vejo essas moças, e assisto esses mesmos desenhos.

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