Tédio

Caminhei por muito tempo nas ruas aqui por perto de Rotterdam , iluminadas, as vezes cinzas, o dia perfeito para meu humor.
Caminhei por tanto tempo nas ruas perguntando-se minhas amarguras, revelando as cinzas vistas de casas e lojas do meu humor.
Caminhei por tanto tempo nas ruas vendo os carros cinzas e o dia apagado, sem luz, nada iluminado.
Caminhei por tanto tempo nas ruas revelando meu humor, meu não tanto precioso humor. De tédio e morto.

Todos tem aqueles dias de suas vidas. O de tédio.
Tudo é tediante, tudo nunca tem graça. Tudo é tão estranho quando o que sente.
Caminhei por muito tempo nas ruas de Hotterdam, tentando achar um minimo de graça, seria meus ultimos dias nessa maravilhosa cidade. Ultimos dias cinzas e claros, sem luz e sem nada.
Os carros passavam na rua vaga, sem ninguem para uma rua tão movimentada e procurada pelos teus vizitantes. Carros branco, preto... Antes de chegar aqui era tudo o que eu queria ver, para tentar lembrar alguns tempo moderno, um tempo moderno e perdido do passado. Foi o que eu encontrei. Encontrei o vazio. Queria fotos neutras e sem cor, sem suor e sem sol, fotos revelando meu humor morbido, humor de coruja, humor morto.
Caminhei sem meus fones de ouvido dessa vez, talvez tentando resgatar algo que pudesse dar alegria nesse cinza, talvez alguma coisa que não deixava ser um tempo deprê. Para quê? O silencio era tão alto quando o barulho do vento. Orei a Deus implorando um sol, aquele mesmo, que orei a Deus para tirar, corri as avenidas tentando suar, tentando fazer barulho com meus sapatos sem marca barulhentos, corri dentro de uma igreja para tocar os sinos, não tinha sinos por lá.
Xinguei o dia. Xinguei todo mundo. Xinguei a gota de chuva que caiu no meu olho, misturando com minha unica lagrima de odio.
Será que é comprô? Talvez uma pegadinha sem graça das tvs holandesa? Ninguem, numa rua tão aclamada, ou ainda talvez tristeza pela perda da copa? Ninguem.
Dia de tédio. Os carros se movem para lá e para cá sem barulho, algumas minimas pessoas perambulando os bares, sem som, sem tv, sem gente chata tagarelando, sem um cachaceiro.
Tão tediantes como ruas amarelas de Paris. Tão tediantes quanto as ruas barrocas de Italia.
Nas praças viam-se pombos e nos teus lagos os pingos irritantes da garoa, borbulhando todo o resto.
Tudo era tédiante. Dia de tédio. Humor tediante. Meus pensamentos são mais alvoroçados do que o movimento, será que todo brasuca é assim, alvoroçado? sem ter um pingo de espirito europeu, tediante? Ou o meu assunto é tediante assim como eu sou tediante?

Priscila F

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