Mediocre, eu?

Eu sempre tive medo de me tornar mediocre. Ter um emprego insignificante, não ser reconhecida pelo meu talento ou por minha inteligência. Sempre tive medo de morar no suburbio, casar e criar filho como coelhos, passar todas as festas de final de ano na casa de parentes ou amigos, viajar só em julho, ou quando as crianças não estão de recuperação no colégio. Tive tanto medo que não me tornei mediocre. Estudei, me formei como a melhor. Todo ano viajo pra um lugar diferente. Quando eu quero, não quando posso. Não sou casada. Nem tenho filhos. Nem pretendo ter à essa altura do campeonato. Então porque será que não me sinto feliz? Porque será que todo dia quando acordo com a cama vazia, choro de saudade de sei lá o que?

Mediocre, eu? Não.
Infeliz.
Morta.
Causa? Suícidio.

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